domingo, junho 12, 2005

Reencontros Felizes

Há reencontros felizes. Acabei de falar com três moças da minha turma dos tempos de liceu [Leia-se colégio particular, vulgo de padres]. Soube por elas que umas das miúdas mais giras dessa altura, também da nossa turma, namora agora com um banza meio aloilado. Apanhou-me de surpresa [Será que ela engordou que nem uma porca, era tão gira...com aquele lélé? a que propósito?]. Falou-se de fazermos um jantar de turma, acho que se ficar bêbado o suficiente vai ser hilariante, caso contrário posso é chorar. De aflição.

Bom, mas falava de reencontros felizes. É sublime voltar a ler alguns apontamentos de que gostamos, é o caso das Explicações de Português, do Miguel Esteves Cardoso. Após prolongada ausência por empréstimo, este livro genial, que comprei por 10€ numa Feira do Livro Manuseado no Chiado, continua a fazer-me rir com pérolas como esta [abro ao acaso...]

"Quando um palavrão é usado literalmente é repugnante. Dizer «A sanita está entupida de merda» ou «Tenho uma verruga na ponta do caralho» é inadmissível. No entanto, dizer que um filme é uma «merda» ou que comprar uma casa em Massamá não lembra ao «caralho», não mete nojo a ninguém. Cada vez que um palavrão é utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado. Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercício de libertação."

[Gosto muito de palavrões], pág. 320